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Corpo Físico e Corpo Etérico


I - Corpo Físico

O corpo físico é a carcaça carnosa em que vivemos, algo semelhante a um escafandro,pesado e quase incômodo, de que nos utilizamos para atuar no meio físico. E constituído de compostos químicos habilmente manipulados pelo fenômeno chamado vida.

Na verdade, há vida em cada elemento destes compostos químicos, e tudo é vida dentro de nós. Existimos com nossa Vida maior sediada num composto de miríades de vidas menores,organizando-o.
Porque constituído de matéria, nosso corpo opera no meio físico com facilidade, pois corpo e meio físico pertencem à mesma dimensão eletromagnética.



II - Corpo Etérico

Como o nome indica, esse corpo tem estrutura extremamente tênue, invisível porque diáfana, de natureza eletromagnética densa mas de comprimento de onda superior ao da luz ultravioleta, razão por que é facilmente dissociado por esta, quando exsudado do corpo físico.
Pode-se dizer que se trata de matéria quintessenciada, tangenciando a imaterialidade.

O equilíbrio fisiológico reflete a harmonia que reina no cosmo, e o corpo etérico tem por função estabelecer a saúde automaticamente, sem interferência da consciência. Distribuindo as energias vitalizantes pelo corpo físico, ele cuida para que as funções vitais, permaneçam equilibradas e o conjunto corporal conserve seu equilíbrio harmônico. Promove, assim, as cicatrizações de ferimentos, a cura de enfermidades localizadas etc.

Reflita-se, portanto, sobre a importância dessa estrutura energética que, embora não conhecida pela Medicina, Eppur si muove.

Funcionando como mediador plástico entre o corpo astral (corpo mais grosseiro do espírito) e o físico, o corpo ou duplo etérico é de natureza material: pertence aos domínios do homem-carne.

Há quem chegue a confundi-lo com o corpo astral, chamando-o simplesmente de "duplo". Para bem estabelecer diferenças e prevenir confusões, sempre acrescentaremos a especificação "etérico" quando o tratarmos de "duplo" .


1 - Constituição e propriedades - O ectoplasma

Em situações normais o corpo etérico não se separa do corpo somático da criatura viva, ao contrário dos corpos astral e mental; ele é físico, está jungido à carne. Quando separado através de energia vinda de fora do corpo, isso acontece por momentos apenas, em distância também reduzida. Embora essa dificuldade. o coronel AIGLUN DE ROCHAS, investigador francês do fim do século passado, conseguiu separá-lo pela primeira vez do corpo físico de um médium, por meio de exaustivos passes magnéticos. Por essa histórica experiência o corpo etérico pôde ser identificado.
Sabe-se, hoje, que esse corpo é constituído de material a que RICHET deu o nome de ectoplasma. Trata-se, com efeito, de substância semelhante a um plasma, fluído fino que tem a propriedade de se condensar logo que exsudado do corpo do doador. Sai pelos poros e cavidades naturais e vem sendo utilizado nas sessões espíritas de "efeitos físicos" (impropriamente chamadas de "materialização", porque nelas costumam aparecer espíritos materializados com essa substância, que um ou vários doadores exsudam). O corpo etérico desempenha função também importante nos fenômenos de tele-transporte, de dissolução de objetos e em todos os outros que exijam energias mais pesadas. Invisível em estado natural. Possui individualidade própria, mas não tem consciência, apesar de intimamente acoplado ao corpo físico.

Enquanto o corpo somático (físico) é composto por sólidos, líquidos e gases que formam células, tecidos, órgãos e aparelhos, o corpo etérico é constituído pelos mesmos elementos e minerais, estruturados, porém, em estado tão tênue que escapa por inteiro ao crivo laboratorial - a não serquando o corpo é exteriorizado e condensado suficientemente, de modo a se tornar visível e palpável: nestas anormais condições, fragmentos foram analisados em laboratório, constatando-se a dominância de elementos proteínicos semelhantes aos dos órgãos carnais.

O estado de extrema fluidez é provado pela ação dos raios luminosos. O ectoplasma exsudado, uma vez exposto à luz, sofre imediata dispersão; isso acontece porque a energia radiante da luz é mais intensa do que a energia de coesão molecular do ectoplasma, principalmente a energia luminosa mais intensa - de comprimento de onda mais curto - espectros violeta e ultravioleta. Por essa razão os trabalhos de efeitos físicos devem começar em absoluta escuridão, até que a massa exsudada se adense o bastante para adquirir coesão que torne possível a resistência ao bombardeio fotônico. Atingido certo adensamento da massa ectoplásmica, o espírito manifestante pode submeter-se à luz normal. à vontade.

Embora pareça fantasma, o corpo etérico não é espiritual e se dissolve com a morte, ao cabo de algumas horas. Ás vezes é visto nos cemitérios, em forma de nuvem leve que aos poucos se dissolve. Como já frisamos, não tem consciência. E pode servir de alimento vital para espíritos humanos inferiores e à imensa variedade de seres habitantes do astral, principalmente os zoologicamente inferiores e os que costumam frequentar cemitérios. Clarividentes sem experiência não raro confundem esses duplos etéricos desativados (cascões) com fantasmas de mortos.

Parece que o corpo astral dos desencarnados - isto é, o corpo espiritual mais inferior – por ser mais denso, carrega consigo massas maiores ou menores de corpo etérico. Conforme o grau evolutivo de seu possuidor, esse corpo astral se apresenta mais ou menos denso (ou seja: mais ou menos pesado) e vai lentamente perdendo esses resquícios materiais. Sabe-se que a evolução do espírito é caracterizada pela desmaterialização progressiva dos envoltórios mais densos do espírito.


Grande número de doenças que se considera radicadas no corpo físico têm como sede, na realidade, o substrato anatômico da organização etérica. É dali que passam para o corpo somático (físico), onde aparecem como disfunção vital. Tal fato, apenas um dentre muitos deveria merecer dos cientistas médicos uma atenção cuidadosa, pois abre campos de investigação ainda não devassados por lentes e escalpelos.

Essa pesquisa, no entanto, nem mesmo dos espíritas vem recebendo atenção, amarrados, quase todos eles, à excessiva amplitude do conceito de "perispírito". Por enquanto eles nada sabem (tampouco procuram saber) acerca da fisiologia do corpo etérico. Chega a ser surpreendente o quanto estão  próximos, nesse particular, dos materialistas e outros (incluídos, nestes, alguns cientistas).


Os conhecimentos dos teosofistas

ANNIE BESANT
Além de ter sido identificado à saciedade por vários investigadores, o duplo etérico já recebeu definições e descrições bem objetivas no livro "Estudo sobre a consciência" , da teosofista ANNIE BESANT:
É a vitalidade, a energia construtora que coordena as moléculas físicas e as reúne num organismo, ou, antes, esta força do Sopro de Vida Universal de que um organismo se apropria durante o breve período de tempo ao qual damos o nome de Vida.

A designação de "duplo etérico" exprime a natureza e a constituição da parte mais sutil do nosso corpo físico; esta designação é, pois, significativa e fácil de reter. Este elemento, o "duplo etérico", é formado por éteres variados, e duplo porque constitui uma duplicata no nosso corpo físico, sua sombra por assim dizer.

O duplo etérico é perfeitamente visível ao olho treinado do clarividente; sua cor é de um cinzento violáceo e sua contextura é grosseira ou fina segundo a qualidade e natureza correspondente do corpo físico.

É graças ao duplo etérico que a força vital- o prana - circula ao longo dos nervos e lhes permite atuar como transmissores da motricidade e da sensibilidade às impressões externas. As faculdades, os poderes do pensamento, do movimento, da sensibilidade, não residem na substância nervosa, quer física, quer etérea. São modos de atividade do ego, (1) operando nos seus corpos ou veículos mais internos; mas sua expressão sobre o plano físico é tomada possível pelo Sopro de Vida que circula ao longo dos filetes nervosos e em volta das células nervosas.

(1) - Por "ego" a autora quer se referir ao Espírito imortal. Preferimos, por mais didática, a denominação de Rohden: "EU" para designar o Espírito eterno e "ego" quando se trata da personalidade.

(N.A.)Durante o sono natural, o ego, (2) a alma exterioriza-se para fora do corpo físico, deixando conjuntamente as duas partes: grosseira e etérea (corpo físico e duplo etérico). À morte, a alma exterioriza-se também, mas desta vez definitivamente, arrastando consigo o duplo etérico que abandona, completa e definitivamente, o corpo físico.

(2) - A autora novamente se refere ao Espírito e confunde "alma" com "Espírito".
(N.A.) . – Os grifos são da autora.
Este duplo etérico aparece, às vezes, na câmara mortuária, imediatamente após a morte, mas sempre a pequena distância do cadáver. É ainda o duplo etérico, a causa determinante das numerosas aparições dos fantasmas, errando em volta do túmulo onde jaz o corpo físico que vitalizou durante a vida.


José Lacerda de Azevedo
Espírito / Matéria
Novos Horizontes Para A Medicina

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